FURIA, o supercarro português com sotaque do Norte e mais de 650 cv
Do sonho à realidade, da mitologia à emoção lusitana, descobre tudo acerca do novo supercarro português que vai custar 1.6 milhões de euros, mais impostos.
A história da Adamastor
O início da história da Adamastor remonta a 2010, quando Ricardo Quintas e Nuno Faria, sócios e fundadores da marca, decidiram unir empresas e universidades através da paixão pelos automóveis. Inicialmente focada no desenvolvimento de um veículo de competição em colaboração com universidades nacionais, a empresa rapidamente se lançou na construção dos seus próprios automóveis.
Após experiências iniciais com automóveis de produção, a equipe cresceu e começou a trabalhar num projeto totalmente novo, resultando no chassis P001, que evoluiu para o P002 e posteriormente para o P003. Este último, concebido integralmente pela Adamastor, marcou um ponto de viragem na história da empresa, que passou a investir em tecnologia para garantir maior precisão e independência de fornecedores externos.
Com o chassis P003, equipado com mecânica Toyota e afinado para alto desempenho por Alfredo Matos, a Adamastor demonstrou sua capacidade de produzir automóveis de alta performance. Além disso, a empresa construiu uma rede de parceiros técnicos experientes, incluindo profissionais com passagem pela Fórmula 1, consolidando-se como uma referência no setor.
Em 2019, a Adamastor enfrentou uma decisão crucial: continuar a evolução do P003 para o mercado de kit cars ou dar um salto ainda maior, desenvolvendo um novo automóvel para competir na categoria GT. Optando pela segunda opção, a empresa iniciou um novo capítulo, com a mudança para instalações maiores e o desenvolvimento de um veículo em fibra de carbono, focado em alto desempenho aerodinâmico e utilizando mecânica Ford.
O projeto foi recebido com entusiasmo, com resultados promissores em simulações de software CFD, levando a equipe a considerar elevar ainda mais suas ambições para o futuro.
A alma portuense
A partir das suas instalações em Perafita, nos arredores do Porto, a Adamastor empreendeu o desenvolvimento do primeiro superdesportivo português. A equipa altamente especializada em engenharia, produção e design não apenas liderou esse processo, mas também possui os recursos técnicos e humanos necessários para criar as suas próprias ferramentas, equipamentos e componentes. Assim nasceu a Adamastor Advanced Technologies.
O nascimento do primeiro superdesportivo português começou do zero, com o processo de design liderado pelo especialista em aerodinâmica. A Adamastor reconhece a importância crucial da aerodinâmica para o desempenho de um superdesportivo e baseou-se no software CAD Siemens NX para desenvolver, com total liberdade criativa, a sofisticada carroçaria do novo Adamastor, visando melhor eficiência e desempenho em condução desportiva.
O Adamastor Furia é um supercarro de alta performance construído com um chassis de fibra de carbono, garantindo leveza e rigidez. Com dimensões exteriores impressionantes, mede 4.560 mm de comprimento, 2.212 mm de largura e 1.098 mm de altura, pesando 1.100 kg na versão Race.
Equipado com suspensão de geometria triângulos duplos desacoplados, o Furia oferece afinações personalizadas em toe, camber, caster, altura ao solo, rigidez do roll e rigidez do bump. O seu motor V6 biturbo de 3.5 litros, proveniente da Ford Performance, desenvolve mais de 650 cavalos de potência e um binário máximo de mais de 571 Nm, permitindo uma aceleração dos 0 aos 100 km/h em cerca de 3,5 segundos.
Com uma velocidade máxima superior a 300 km/h na versão de estrada, o Furia gera um downforce máximo de 1.800 kg na versão Race a 250 km/h e 1.000 kg na versão Road, proporcionando excelente estabilidade em altas velocidades. Os travões de alto desempenho, com discos de 378 mm à frente e 356 mm atrás, asseguram uma eficiente capacidade de travagem, com pinças de 6 êmbolos à frente e de 4 êmbolos atrás.
O Furia vem equipado de série com ABS e TC, e oferece uma ampla gama de opções de personalização, tanto no design exterior quanto no interior.
O plano de vendas da Adamastor inclui a entrega de dois carros de estrada e dois carros de competição até 2025. Embora a capacidade instalada projetada pela Adamastor seja para produzir 25 automóveis por ano, estima-se alcançar essa capacidade em 2026. Além disso, a empresa planeia fornecer peças de reposição e substituição. A produção da Adamastor será sempre de séries limitadas, com cada modelo limitado a 60 unidades.
O preço estimado para a versão de estrada é de 1,6 milhões de euros, mais impostos. Veremos um FURIA elétrico no futuro?
Ricardo Quintas, CEO da Adamastor e apaixonado por automóveis, não descartou a possibilidade do supercarro Furia ser equipado com motor elétrico porém, deixou claro que não é uma prioridade ou intenção da marca, na seguinte afirmação: “Nós conseguimos, se necessário e de forma rápida, transitar de um sistema de propulsão para outro, até porque não os desenvolvemos. A Adamastor desenvolve, isso sim, chassis e carroçarias. O propulsor é obtido externamente. Temos por isso uma grande e versátil capacidade de adaptação às exigências do mercado. Quanto à possibilidade de termos no futuro um supercarro elétrico, é importante fazer a distinção relativamente a um automóvel comum, um veículo para nos levar de A a B. Um supercarro visa o prazer de condução. É óbvio que há automóveis elétricos impressionantes, mas falta-lhes qualquer coisa. Falta-lhes o rugido. Sem essa vertente, é só um carro muito rápido e de visual agressivo.”.
Ricardo Quintas revelou que, numa primeira fase, e por questões relacionadas com a homologação, a Adamastor pretende instalar-se no mercado europeu e dos Emirados Árabes Unidos com foco em três tipos de clientes: colecionador de automóveis exclusivos, o cliente que é amante da alta performance no segmento dos exclusivos e ainda o condutor que, pontualmente, quer usar o seu supercarro em pista.
”Estamos muito felizes”, foram palavras emotivas de Ricardo Quintas durante a apresentação do Adamastor Furia. Nós, Guia do Automóvel, também estamos muito felizes por este supercarro português ser uma realidade. Parabéns Adamastor!